domingo, 12 de dezembro de 2010

ALEGORIA DA CAVERNA

Em uma das passagens mais conhecidas de toda a história da Filosofia, Platão cria uma alegoria para nos contar como Sócrates via o sistema social. Abaixo segue um trecho dessa incrível história no livro “A República”, de Platão. É interessante frisar que “república” é um diálogo entre Sócrates e seus amigos, que apresentam o método dialético de investigação filosófica.

“Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea em forma de caverna, com uma estrada aberta para a luz, que se estende a todo comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar a cabeça por causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que se queima ao longe; numa eminência, por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no gênero dos tapumes que os homens dos “robertos” colocam diante do público, para mostrarem as suas habilidades por cima deles. [...] estranhos prisioneiros são esses [...] semelhantes a nós [...] pessoas nessas condições não pensaram que a realidade fosse senão a sombra dos objetos.”

Sócrates conta que os homens estão acorrentados no fundo de uma caverna escura. Por trás deles, um fogo ardente, irradiando uma luz que se projeta no interior da caverna. Nas paredes, podem ser vistas formas humanas se movendo. Os homens que estão no interior da caverna pensam que o que vêem é a realidade, mas vêem apenas sua própria sombra. Pensam assim porque não conhecem o outro mundo. Com essa alegoria, Platão compara a caverna com o mundo onde vivemos, que é o mundo das aparências. A luz da verdade ( as Idéias e as Formas) projeta sombras (coisas sensíveis que tomamos por verdadeiras). Estamos presos. No entanto,o filósofo é capaz de escalar o muro para contemplar a luz plena. Essa luz é o Ser, o Bem; é essa luz que ilumina o mundo inteligível (que se pode conhecer).

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