Para início de conversa, em um sentido ético, virtude nos remete à qualidades positivas do indivíduo no que tange seus atos e pensamentos para si e para os demais. Virtude designa formas impares de disposição para o bem; a quem diga que as virtudes não podem ser ensinadas, enquanto outros – como é o caso de Aristóteles – apontam a possibilidade de adquiri-las com a força do hábito.
Na Antiguidade e durante o período medieval, um quadro de valores definia as virtudes e também os seu avesso, os vícios. É neste último período que a relação do homem com Deus passa a ter força e poder sobre os mesmos quanto ao certo e errado. Para Tomás de Aquino, o grande teórico da cristandade, as virtudes teologais (fé, esperança e caridade) se distinguem das outras virtudes por terem caráter sobrenatural, não derivam forças da natureza, mas da divindade. As virtudes cardeais (justiça, temperança, prudência e coragem), por sua vez, derivam da natureza e pertencem a todos.
Os vícios, em seu excesso, foram catalogados e divididos por Aristóteles durante seus estudos em “Ética e Nicômano – livros III e IV”, além das virtudes:
VIRTUDES | VÍCIO POR EXCESSO | VÍCIO POR FALTA |
Coragem | Temeridade | Covardia |
Temperança | Libertinagem | Insensibilidade |
Liberalidade | Esbanjamento | Avareza |
Magnificência | Vulgaridade | Mesquinhez |
Magnanimidade | Pretensão | Humildade indébita |
Prudência | Ambição | Moleza |
Gentileza | Irascibilidade | Indiferença |
Veracidade | Orgulho | Descrédito próprio |
Agudeza de espírito | Zombaria | Rusticidade |
Amizade | Condescendência | Enfado |
Justa indignação | Inveja | Malevolência |
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